Na arquitetura moderna vemos ao mesmo tempo casas enormes e cheias de detalhes versus apartamentos cada vez menores e super divididos. A dimensão diminuta dos apartamentos é uma necessidade das construtoras e incorporadoras em colocar mais gente em menos espaço, assim vemos torres enormes que comportam seis apartamentos por andar. Na outra ponta, casas e terrenos enormes em condomínios – especialmente nos mais afastados do centro da cidade – acabam tendo mais espaço e cômodos do que gente morando nela.
Essa diferença entre construções traz um pouco de reflexão sobre o espaço e como ele está sendo usado. Pensar o que é realmente necessário para se viver bem é importante para que não se acabe querendo demais. E foi justamente pensando no que uma pessoa precisaria para viver e, ao mesmo tempo aproveitando os espaços existentes que o arquiteto polonês Jakub Szczesny idealizou e construiu, com apoio da Fundação Polonesa de Arte Moderna e da Prefeitura de Varsóvia, a casa mais estreita do mundo, a Keret House, bem no centro da cidade.
O projeto nasceu de uma proposta de ao mesmo tempo expandir o horizonte do pensar arquitetônico e também atuar como uma crítica ao déficit habitacional da Polônia, trazendo assim novas possibilidades e sugerindo a reutilização de espaços residuais. O projeto que surgiu como uma instalação temporária, devido ao sucesso que fez, passou a ser permanente e acomodará escritores itinerantes.
A casa foi toda construída em uma estrutura metálica e então transportada para o local em que foi instalada. Ela fica apoiada sobre pilotis e a escada de acesso, pois está em um corpo elevado. Internamente, o deslocamento é feito por escadas e há um banheiro, cozinha, mesa de refeições e quarto/escritório. Tudo bem compacto e com mobiliário feito sob medida.
É um interessante – e peculiar – modo tanto de acomodação quanto de se refletir sobre o como os espaços são utilizados hoje em dia.
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